Histórias da vida real

Pandemia de COVID-19

O mundo parou no início do ano de 2020. Um vírus fez com que escolas, comércio, serviços....tudo fosse suspenso. Só restaram os serviços essenciais à população (supermercados, padarias, farmácias...). A ordem era: "se puder, fique em casa".

Resultado? Inúmeras pessoas sem trabalhar e sem possibilidade de se sustentar e manter suas famílias como acontecia até aquele momento. Motoristas de aplicativos devolveram os carros alugados porque não tinham quem transportar, taxistas além de não terem quem transportar (muitos faziam parte do grupo de risco), diaristas, vendedores ambulantes, pedreiros, empresários não podiam mais abrir suas empresas e as micro e pequenas empresas se viram a beira do abismo, refugiados, pessoas que trabalhavam com eventos, e tantos outros...

Diante deste triste cenário, mesmo "não podendo" ficar em casa, essas famílias não tinham o que fazer...e os pedidos de doações foram aumentando, aumentando e já não conseguíamos mais dormir pensando em como ajudar tantas pessoas. Mas Deus cuida de TODOS nós e não ia desamparar seus filhos neste momento difícil! O recurso começou a chegar e fomos, aos poucos, atendendo a demanda.

Este tem sido um período de profundo aprendizado! Repensar a carga que a sociedade coloca aos homens de que eles têm a obrigação de prover o sustento da família e que não fazê-lo os torna menos, talvez tenha sido o principal deles.... vimos pais de família pegar uma cesta básica de nossas mãos sem conseguir levantar o rosto e ao adentrar em sua casa chorar de vergonha por precisar de ajuda, vimos pais e mães se privando para não deixar faltar aos filhos, vimos estes mesmos pais e mães preocupados com os colegas de trabalho....vimos pessoas ganhando uma cesta básica e dividindo com o vizinho, vimos adolescentes lacrimejando ao ver que tinha chegado comida em casa, vimos uma família feliz porque na cesta básica tinha Bis para as crianças e até massa de bolo! Vimos o exemplo arrastando e mais pessoas querendo ajudar!

Vimos GRATIDÃO, AMOR, SOLIDARIEDADE, DOAÇÃO!

O vírus do amor, sem sombra de dúvidas, é muito mais contagioso que o novo corona vírus!

Doações de uma loja de calçados

Uma rede de lojas liga para Vanilda buscar doações de calçados de mostruário que não seriam vendidos. Ela logo consegue um caminhão para buscar as doações e como tinha um volume grande de calçados, decide já passar em uma vila para distribuir as doações recebidas. Quando as pessoas começaram a escolher os calçados Vanilda descobre que ali havia apenas um pé de cada calçado. Naquele momento Vanilda informa ao motorista que era chegado o momento de ir embora antes que a situação se complicasse.

Entrega de cestas básicas no Vale do Jequitinhonha

Em meio às doações uma criança come um biscoito levanta a blusa mostrando a barriga e pede "tira uma foto da minha barriga cheia".

Ainda no Vale do Jequitinhonha

Uma senhora com mais de setenta anos ganha cerca de R$10,00 para capinar o dia todo enquanto os mais jovens ganham o dobro porque produzem mais. Ao saber desta história Vanilda não teve dúvidas: levaria a senhora para morar com ela em Belo Horizonte. Assim foi até o dia em que esta senhora faleceu.

Parceria com um restaurante para distribuição de marmitex

Um empresário entra em contato com Vanilda porque ficou sabendo que ela fazia distribuição de marmitex e propõe que ela reaproveite a comida que sobra em seu restaurante e que os marmitex poderiam ser feitos em seu estabelecimento. Em troca deixaria a cozinha limpa. No dia combinado a equipe chega para preparar os marmitex e se depara com um caldeirão cheio de restos de comida não só deste, mas de todos os resturantes da vizinhança. Ali havia frango com quiabo, maionese, farofa, salada, estrogonoffe, arroz, tutu, feijão tropeiro, bife e mais uma infinidade de comidas. Naquele momento Vanilda chama o empresário e diz: "Meu senhor, nossa parceria não dará certo". Ele espantado responde: "Por quê?" Vanilda completa: "Em Belo Horizonte não se criam porcos nas ruas".

Um casal de irmãos esquizofrênicos e órfãos

Certa vez chega na Casa do Grande Coração uma pessoa informando que uma senhora estava caída em casa e que a suspeita era que ela havia passado mal com hipertensão e queriam que Vanilda fosse até lá aferir sua pressão. Ela chega no barracão e se depara com a senhora caída ao chão e ao aferir sua pressão a suspeita é confirmada 200 x 120. Ela a leva em uma Unidade de Pronto Atendimento de Belo Horizonte e o médico sem examinar diz ser AVC Vanilda não convencida do diagnóstico a leva em um hospital da capital e só então o descobre-se que a senhora sentiu-se mal no alto da escada e de lá caiu provocando um traumatismo craniano. Os médicos decidem fazer uma cirurgia de urgência, mas a senhora não resiste e morre.

Vanilda volta à vila para comunicar os parentes e descobre que aquela senhora morava com dois jovens filhos esquizofrênicos. O poder público sabendo do caso decide fazer uma reunião com comunidade para pedir que Vanilda seja curadora dos jovens. Isto significa que ela teria que ir morar com eles ou levá-los para morar com ela e assumir a responsabilidade por eles.

Ela explica que não é possível fazer isso, mas como ninguém se manifestou para ajudá-los, todos os dias ela vai pela manhã levar o café, volta para levar o almoço, o lanche da tarde, o jantar, ministra os medicamentos, limpa a casa e leva produtos de higiene pessoal, roupas e etc.

Agora estamos em campanha para arrecadar sobras de material de construção, portas e janelas venezianas para que possamos arrumar o barracão que está com o reboco caindo, as portas já estão pela metade devido a ferrugem, a fiação da casa está em péssimas condições colocando em risco a vida dos jovens. Não há interruptores. As janelas todas estão sem vidros e a casa possui poucos móveis tendo em vista que nos momentos de crise aguda, os irmãos quebram tudo dentro da casa. Fizemos uma campanha para arrecadarmos fundos para a reforma do barracão que acontecerá em breve.

Veja abaixo as fotos do antes e depois do barracão. Agradecemos a todos que contribuíram conosco nesta empreitada!

Conseguimos trocar as duas portas que estavam bem precárias, fazer o reparo do piso da cozinha e, ainda, instalação de pia e torneira com filtro na cozinha. Foi necessário jogar o fogão e todas as vasilhas no lixo já que não tinham a menor condição de uso. O que foi até bom para segurança dos dois.

Um vizinho deles que também tem se empenhado em ajudá-los fez reparos na parte elétrica do barracão. Pretendemos, ainda, fazer reparos na escada que é bem perigosa e recolocar os vidros nas janelas ou, se possível trocá-las e precisamos fazer também e com certa urgência "reparo" no telhado que está bem precário e quando chove molha toda a casa inclusive o quarto e a cama da menina. As telhas de amianto estão todas quebradas. Caso alguém possa nos ajudar agradecemos.

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